Não deixa de ser curioso, com tantas situações urgentes que carecem de medidas legislativas, alguém se lembrar de apresentar um projecto de lei que proíbe a colocação de «piercings» na língua e no pavimento da cavidade oral. Isto tudo pela questão de saúde pública.
Agora, não sei quem iria fiscalizar?
Agora, não sei quem iria fiscalizar?
Imaginemos que a lei é aprovada e a ASAE, com ampla experiência em passar multas, é a entidade fiscalizadora.Os inspectores da ASAE saem à rua e simpaticamente abordam as pessoas e perguntam:
- Posso ver a sua língua?
- Pode ssssim. Responde o transeunte desprevenido, enquanto fala com uma exagerada acentuação de ssss por causa do piercing recém colocado.
É um transgressor. Ousa passear com um piercing bem na ponta da língua, a roçar perigosamente nos dentes e a desgastar-lhes o esmalte. Por isso, é automaticamente autuado e com uma guia terá de se apresentar dentro do prazo estipulado no “ferrador” para retirar tão malicioso instrumento.
De forma a controlar e a quantificar os utilizadores de piercings, todos devem registar-se nas autarquias, de modo, a serem notificados para que lhe seja extraído o dito instrumento.
As coimas para quem não comparecer vão de 500 a 1500 euros. Ainda está contemplado na lei que quem se recuse a cumpri-la, o juiz poderá decretar a sua remoção compulsiva. Mas existe uma salvaguarda, quando for provado que a extracção do apetrecho pode afectar psicologicamente o seu utilizador.
Nesse caso, uma comissão de acompanhamento constituída por uma equipa multidisciplinar incluindo: “ferrador”, psicólogos com a especialidade em piercingterapia e técnicos forenses avaliará caso a caso. Existindo um acompanhamento personalizado do individuo até estar preparado para o doloroso momento da separação. Assim dentro em breve se erradicará esse inimigo público da sociedade, corruptor de jovens e destruidor de famílias.
Até para a semana. Boa Páscoa!